sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Casa Vogue Brasil - Um tour arquitetônico pelo Palácio da Justiça

Olá!
Da Série 'Por Brasília, Palácios'. Matéria publicada sobre o Palácio da Justiça. Segue matéria na íntegra da publicada na Casa Vogue Brasil.

Título: Palácio da Justiça
Por Ilana di Brito
Fotografia Karina Carvalho | Isaac Amorim | Divulgação



Uma obra singular. Desenhado por Oscar Niemeyer, o imponente e peculiar Palácio da Justiça, em Brasília, chama atenção por sua arquitetura contemporânea que relê o estilo gótico – o uso sistemático do arco quebrado, por exemplo, permite ao mesmo tempo ampliar as aberturas e dar maior leveza visual.


Na sede do Ministério da Justiça e Cidadania, inaugurada em 1972, a fachada é composta por lajes curvas entre arcos com cascatas que correm por calhas de concreto. “Quando estudei esse Palácio, me veio a ideia de criar jogos d’água sobre o lago previsto e os coloquei entre as colunas do prédio. Foi a primeira fachada de fontes que imaginei, surpreendeu e agradou a todos, como eu havia pressentido”, revelou, na época, Niemeyer.


Tais cascatas traduzem a boa convivência ao colocarem, em um mesmo espaço, a rigidez do concreto e a fluidez da água – ao mesmo tempo que os panos de vidro do edifício levam a imagem do céu para o interior da construção. Para completar, ao redor, floresce o paisagismo pensado por Roberto Burle Marx para atmosfera seca do cerrado, que inclui, no espelho d'água, um jardim aquático com plantas tropicais da Amazônia.



Uma passarela sobre a água levara para o interior do palácio na fachada sul, onde grandiosos painéis metálicos – com duas mil e noventa lâminas de aço inoxidável importadas da Alemanha –, criados por Athos Bulcão, adornam o amplo hall com pé direito duplo, chamado de Salão Negro


Ali, como o próprio nome indica, reinam materiais escuros, como granito preto e vidro negro espelhado. À direita, uma escada de granito preto conduz ao mezanino.


Deste hall chegamos à Biblioteca do Palácio da Justiça, especializada na área do Direito, onde piso carpetado e móveis dos séculos 18 e 19 compõem a decoração. Além do acervo com aproximadamente cem mil volumes – dentre livros, obras raras, folhetos, periódicos, e recursos eletrônicos – o espaço guarda, também, a mesa em que o advogado do Brasil Império, Bernardo Pereira de Vasconcellos, escreveu o Código Criminal de 1830 e o ex-presidente brasileiro, Affonso Augusto Moreira Penna, registrou todo o seu trabalho na Constituinte Mineira.


Através do mezanino chega-se ao segundo andar, onde fica o auditório Tancredo Neves, de dois pavimentos, cujo protagonista é o teto, formado por elementos prismáticos que trazem uma obra de Athos Bulcão.


No terceiro andar, um amplo Jardim de Inverno de Burle Marx recebe iluminação especial, quadriculada, graças ao jogo de luz e sombra criado pelo grande pergolado que atravessa todo o vão com pé direito livre.


A Sala de Retratos, no quarto andar, onde o ministro realiza reuniões e solenidades, tem as paredes repletas de imagens de todos os ministros que já ocuparam o cargo. Ainda neste andar, na Sala VIP, ambiente que receber autoridades e personalidades, sofás pretos desenhados por Le Corbusier dividem espaço com poltrona de Charles Eames, adornos de Simone Alencar, telas de J. Borgese um cocar indígena da Tribo Paresí de Mato Grosso, doado para a Assessoria de Comunicação Indígena do Palácio.


O Palácio da Justiça é marcado pela geométria retangular e prismática e pela presença da estrutura externa que caracteriza suas fachadas. 


Assim pensava o grande arquiteto Niemeyer - “Agrada-me sentir que essas formas garantiram aos Palácios, por modestas que sejam, características próprias e inéditas dentro do critério indispensável de simplicidade e nobreza”.

*O Palácio da Justiça recebe visitas guiadas em grupo de segunda a sexta-feira, das 9 às 11h e das 15 às 17h. Necessário agendamento prévio pelo telefone (61) 2025-3587.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Casa Vogue Brasil - Palácio da Alvorada | Arquitetura do poder e da beleza

Olá!
Nova parceria com a Casa Vogue Brasil
Da Série 'Por Brasília, Palácios'. Matéria publicada sobre o Palácio da Alvorada - Residência Oficial da Presidência da República. Segue matéria na íntegra.

Título: Palácio da Alvorada - Arquitetura do Poder e da Beleza
Por Ilana di Brito
Fotografia Ichiro Guerra - Divulgação



Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República, é considerado uma das obras mais importantes da arquitetura de Brasília. Foi o primeiro palácio a ser construído na nova capital, em 1957, com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer. Desde a sua inauguração, dezesseis chefes da nação brasileira já residiram nele, que é localizado em uma península às margens do Lago Paranoá. Com seis décadas de história, o Alvorada acumula uma beleza incomparável, notada de longe por suas leves colunas sinuosas e por seus traços horizontais.


Logo na entrada, dão as boas-vindas alguns ilustres moradores: as Emas. Elas são uma atração à parte nos jardins da residência. Mas não é só isso: as aves contribuem ecologicamente para a segurança das pessoas, controlando a presença de animais peçonhentos. A fachada do Palácio reflete no espelho d’água de 60 centímetros de profundidade, e é embelezada pelas esculturas em bronze – 'As Iaras', obra do artista plástico e escultor brasileiro Alfredo Ceschiatti.


Ao adentrar no Palácio, os visitantes são recepcionados por um imenso hall de entrada, com pé-direito duplo e carpete vermelho. Uma parede dourada expõe o discurso de lançamento da pedra fundamental da nova capital da República, onde descreve, com exatidão, o espírito que acompanhou os pioneiros construtores das obras liderados por Juscelino Kubitschek: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável em seu grande destino”.


A Sala de Espera é decorada com obras de arte que podem ser apreciadas apenas pelos visitantes recebidos pelo Chefe de Estado. Entre elas, a tapeçaria de Concessa Colaço, com o título ‘Manhã de Cores’. 


Em honra à fé do povo brasileiro, uma capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição fica ao lado do palácio. Athos Bulcão assinou o projeto decorativo desde a porta de entrada, em alumínio anodizado. Em linhas curvas, as paredes, revestidas de lambril de jacarandá folheado a ouro, fazem parte da atmosfera leve e sagrada do ambiente. Para complementar, símbolos do cristianismo estão cravados no teto. Os móveis originais possuem autoria de Anna Maria Niemeyer.


Seguindo pelo interior do Palácio, chega-se ao Salão de Estado. Sob testemunha das obras de arte que retratam as características do Brasil, chefes de Estado e demais autoridades se reúnem e tomam decisões importantes para o país. A tapeçaria de Kennedy Bahia, com o tema ‘Flora e Fauna da Bahia’, é destaque na decoração, combinada com móveis contemporâneos e imagens sacras. Também estão presentes os quadros ‘Colhendo Café’, ‘Cena II’ e ‘Fachada em Oval’, assinados por Djanira da Motta, Maria Leotina e Alfredo Volpi, respectivamente.


A Biblioteca do Palácio conta com mais de 3.400 exemplares, alguns de autoria de grandes escritores do Brasil e do mundo. Títulos de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Celso Cunha e Antônio Houaiss ajudaram preencher as estantes com filosofia, literatura, arte e história. Neste local, os presidentes do Brasil têm momentos de leitura e reflexão, enquanto ao fundo podem observar a tapeçaria ‘Músicos’ de Di Cavalcanti, entre outras obras.


Logo a seguir, vem o Mezanino, uma grande área de circulação entre o hall de entrada, a biblioteca e o salão nobre. Neste espaço, belas esculturas, intituladas de ‘Outono’ e ‘Inverno’, de Alfredo Cheschiatti, podem ser apreciadas, além dos bancos Marquesa, de Oscar Niemeyer, e três urnas funerárias, peças raras criadas por índios das tribos Marajoaras. Na parede, a tapeçaria ‘Múmias’, de Di Cavalcanti.


Na Sala de Almoço, as refeições são servidas sobre uma mesa com doze cadeiras inglesas em estilo Chippendale. O mobiliário se complementa com duas mesas brasileiras do século XVIII. A sala é decorada com dois anjos do barroco mineiro e porcelanas da Companhia das Índias. Além dessas peças, telas de autoria de Cornellis dee Heem e Jan van Huysum complementam o espaço.


Continuando a visita ao palácio, é chegado o momento de conhecer o Salão Nobre, um dos ambientes mais importantes do Alvorada. O espaço, em estilo contemporâneo, é guarnecido com móveis de Mies van der Rohe, esculturas de Victor Brecheret, peças sacras em madeira, poltronas marquesas e telas de Ademir Martins. É neste ambiente mais reservado que o Presidente da República recebe ministros, chefes de estado e demais convidados para definir os assuntos mais estratégicos para o país. Testemunham estes momentos obras de valor artístico inestimável, como as duas telas de Cândido Portinari: ‘Jangadas do Nordeste’ e ‘Os Seringueiros’.


A Sala de Música possui um piano meia cauda alemão que já foi tocado por dois dos nossos maiores músicos: Vinícius de Moraes e Tom Jobim. As imagens centenárias de São João Evangelista e São Joaquim são algumas obras que compõem a decoração do amplo cômodo.



O subsolo do palácio abriga a área de lazer e entretenimento, composto por uma Sala de Cinema e um Salão de Jogos. É onde o ocupante do cargo de Presidente da República, sua família e seus convidados se reúnem para assistir a filmes, se divertir e renovar as energias.


As grandes recepções oficiais são realizadas no Salão de Banquetes, podendo receber até 50 pessoas. A fim de acolher todos, a mesa pode ser montada de diferentes formas. Chamam a atenção dos convidados a decoração de autoria de Anna Maria Niemeyer, a escultura ‘Edificação’, de André Bloc, a prataria original do Palácio do Catete (antiga sede do governo), uma cômoda em cedro do século XIX, arcas do início do século XX e tapeçarias de Concessa Colaço.



Na parte leste do Palácio, uma ampla piscina com azulejos azul “brenand” e uma pérgola com bar e churrasqueira compõem a paisagem, junto a escultura em bronze ‘Rito dos Rítmos’ de Maria Martins.



Por todos os lados, a natureza está presente. O paisagismo é obra de Yoichi Aikawa, autor Palácio Imperial do Japão. Os jardins possuem diversos exemplares da flora brasileira, onde os pássaros nativos do cerrado brasileiro cantam, entre araucárias, paus-brasil e sibipirunas. A Lagoa do Palácio possui um ecossistema perfeito, em que peixes, aves e a vegetação local coexistem de maneira harmoniosa e equilibrada.


O Palácio da Alvorada está aberto para visitas durante as quartas-feiras, das 15h às 17h. Não é necessário agendamento prévio. O passeio é conjugado com o Palácio do Jaburu com duração total de uma hora. Mais informações com a COREP – Coordenação Geral de Relações Públicas, contato (61) 3411-2336.


Revista Habitat Brasília - Palácio do Itamaraty | Sala de visitas do Brasil

Olá!
Eis aqui, o resultado da parceria com a Revista Habitat Brasília - Edição outono. Matéria publicada sobre o Palácio do Itamaraty - A Sala de Visitas do Brasil. Com muito prazer, compartilho com todos aqui. 
Da série 'Por Brasília, Palácios'.


Título: Obra Prima Diplomática
Construção da liberdade criativa, o Palácio do Itamaraty é a Sala de Visitas do Brasil.

Por Ilana di Brito
Fotografia Edgar César



Revista Habitat Brasília - Outono 2015


Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'


Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'


Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'



 Construído no epicentro do Plano Piloto, o Palácio do Itamaraty seguiu os conceitos da arquitetura contemporânea. Considerado a sala de visitas do País, o palácio encanta e impressiona pela imponência das quatro fachadas, pelo grande símbolo “Meteoro”, os jardins, o amplo Salão de Recepções, a famosa escada helicoidal e as generosas Salas de Coquetel e Almoço - a beleza do cenário é completa. Sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, foi inaugurado em 1970, com traçados de Lúcio Costa, projeto de Oscar Niemeyer e cálculos estruturais de Joaquim Cardoso. Localizado na Esplanada dos Ministérios, o Itamaraty tem seus arcos realçados pelo brilho das luzes, que se reproduzem no espelho d’água, onde as curvas são refletidas harmonicamente. Os arcos arrojados contribuíram para a sua primeira denominação: Palácio dos Arcos.


Na companhia do espelho d’água, o “Meteoro”, do artista Bruno Giorgi, parece flutuar. Esculpido em Carrara - mármore italiano, com peso de oito toneladas - a magnífica escultura contemporânea representa o planeta Terra com os seus cinco continentes, cujas relações pacíficas e justas são a base da diplomacia. O bloco de mármore foi um presente do governo italiano ao Brasil. O jardim externo, no qual flutuam ilhas com variedades de plantas tropicais, do Cerrado e da Amazônia, é obra assinada pelo paisagista reconhecido internacionalmente, Roberto Burle Marx - responsável também pelos jardins internos e o jardim suspenso do terceiro andar. Há cinco anos, a designer de interiores porto-alegrense, Priscilla Inglez Scorsato, mora em Brasília. Para ela, o Palácio do Itamaraty é um dos mais belos palácios da capital federal. “A escada helicoidal que parece flutuar e a treliça de Athos Bulcão impressionam quando entramos no imenso hall sem colunas. No andar superior, a vista da
Esplanada dos Ministérios através dos arcos da fachada encanta ainda mais”, relata a designer.


Monumento contemporâneo
No hall de entrada o qual se chega através da passarela sobre o espelho d’água na fachada oeste, móveis modernos e elegantes criados por Anna Maria Niemeyer para o Itamaraty chamam a atenção pela beleza e requinte. O grande Salão de Recepções é a entrada principal do Palácio. Autoridades importantes do Brasil e do mundo são recepcionadas por um dos maiores vãos internos da América Latina, medindo 2.200 m² sem nenhuma coluna de sustentação, algo impressionante quando se trata de arquitetura. Na parede oeste, o baixo relevo de Athos Bulcão, denominado simplesmente “Parede”, apresenta uma sucessão de trapézios verticais, tão leves quanto as esguias colunas verticais das fachadas, em painel de
mármore que é exemplo primoroso da obra deste “desenhista”, pintor e artista apaixonadamente devotado à criação da arte como integração arquitetônica. 


A paginação do piso do palácio, de autoria deste mesmo autor, possui grandes quadrados compostos por diversas peças de granito que não se repetirão durante todos os ambientes do palácio. O andar térreo é guarnecido com importantes obras de artes, como: “Uni Duni Tê” de Darlan Rosa, “Ferros Retorcidos” de Gilmar Franco, “Folhagem” de Zélia Salgado e a escultura móvel “Ponto de Encontro”, de Mary Vieira, composta de 230 placas de alumínio anodizado, cujo movimento em espiral faz um paralelo com a escada helicoidal. A paginação do piso do palácio, de autoria deste mesmo autor, possui grandes quadrados compostos por diversas peças de granito que não se repetirão durante todos os ambientes do palácio. O andar térreo é guarnecido com importantes obras de artes, como: “Uni Duni Tê” de Darlan Rosa, “Ferros Retorcidos” de Gilmar Franco, “Folhagem” de Zélia Salgado e a escultura móvel “Ponto de Encontro”, de Mary Vieira, composta de 230 placas de alumínio anodizado, cujo movimento em espiral faz um paralelo com a escada helicoidal.


Outro ponto que merece toda a admiração é o jardim aquático, assinado por Burle Marx, iluminado por luz natural com espécies de plantas da Amazônia. A famosa escada helicoidal, que mais parece uma escultura, embeleza o espaço por si só, com características marcantes
– degraus com 3,40 metros de largura, sem corrimão e solta no ar, conduz ao segundo pavimento do palácio. E, uma curiosidade: a famosa escada helicoidal projetada por Milton Ramos e Joaquim Cardoso já recebeu um corrimão projetado especialmente para receber a rainha Elizabeth em visita ao Brasil, em 1968.


Imponência na beleza e nas obras de artes
No segundo pavimento, a recepção fica por conta da escultura “Metamorfose” ou “Transfiguração”, do artista austríaco Franz Weissmann. O generoso saguão é destinado às cerimônias de entrega de condecorações, entre outras. Do lado oposto, a Sala dos Tratados é embelezada pela Treliça, de Athos Bulcão – harmonia perfeita dos elementos da arquitetura. Esta sala é voltada para a fachada do Palácio da Justiça, tendo a justiça como testemunha de todos os atos e acordos internacionais ali assinados sobre a Mesa dos Tratados, feita em jacarandá, estilo Dom João V, onde a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888. Sob a mesa, um belo tapete persa faz parte do cenário. Bustos de bronze, criados por Bruno Giorgi
representam os três patronos da diplomacia brasileira: o Barão do Rio Branco, Duarte da Ponte
Ribeiro e Alexandre de Gusmão, este último conhecido como o avô da diplomacia. 


Ainda na Sala dos Tratados, em uma discreta entrada para a esquerda, apreciamos o afresco “O Sonho de Dom Bosco”, de Alfredo Volpi. Outra escada conduz o visitante ao terceiro pavimento do palácio. Nele, é Possível apreciar belíssimas obras de arte, móveis, tapetes persas, o jardim suspenso e as Salas de Coquetel e de Almoço. A primeira é a Sala de Coquetel Pedro I, assim denominada devido à imensa tela de Debret, “Coroação de Pedro I”.


O ponto focal da sala é o glamouroso lustre de Pedro Corrêa de Araújo, “Revoada de Pássaros”, esculpido em ferro, prata e bronze, com cristais de rocha lapidados em forma de disco, da região de Cristalina, Goiás. O conjunto pesa 1.500 quilos e possui uma única lâmpada. Isto porque o objetivo não é a iluminação do ambiente e, sim, dele mesmo. 


Sob o lustre, um dos maiores tapetes persas do mundo, medindo 70 m² - presente da rainha Elizabeth ao Brasil. Móveis, adornos em prata, esculturas de João Alves Pedrosa, Luisa Miller e tronos em jacarandá guarnecem a Sala de Coquetel Pedro I. 


À entrada da maior Sala de Coquetel – a Cândido Portinari, o visitante é saudado por dois anjos barrocos suspensos. 


Os quadros que deram nome à Sala são “Gaúchos” e “Jangadeiros”, que representam o Sul e o Nordeste do Brasil, respectivamente. 


Na parede oposta, uma mesa goiana, com pés em pata de animal serve de suporte visual para as duas telas de Arcângelo Ianelli e a “Tela Imaginária” de Manabu Mabe, pintada especialmente para o palácio. A Sala Portinari é a união entre o antigo e o moderno que caracteriza toda a decoração deste espaço. Outras peças, como a arcaz de sacristia em jacarandá, tapetes persas e adornos em prata também compõem a beleza do cenário.

A sala seguinte denominada “Duas Épocas” recebeu este nome devido ao contraste dos móveis em estilo antigo e pinturas modernas. A escultura “A Mulher e sua Sombra” - um surrealismo de Maria Martins, telas de Milton Dacosta e Tomie Ohtake também enriquecem o ambiente. 


A namoradeira de três lugares em estilo vitoriano e as escrivaninhas em jacarandá que pertenceram à princesa Isabel e ao Barão de Rio Branco são algumas peças que adornam o espaço. Com portas de vidro pivotantes, as Salas de Coquetel integram-se ao belo jardim suspenso de Burle Marx que adorna todo o terceiro andar do palácio e, para somar beleza ao jardim, obras; “Três Jovens”, de Lasar Segall e “Canto da Noite”, de Maria Martins. Para Beatriz Valois, professora de História de Pernambuco, visitar Brasília pela primeira vez é uma experiência única. “Estar aqui, em um palácio com força diplomática, onde importantes atos e tratados são assinados, é muito gratificante. O palácio é belo e harmonioso”, afirma a professora.


Recepções supremas
A beleza e a arte se prolongam por todo o palácio. No salão, ao redor do jardim suspenso, admiramos mais esculturas, como “As Gêmeas” de Alfredo Ceschiatti.


Escultura “Nu Deitado” feita em gesso de Victor Brecheret – doação da família do artista ao Itamaraty.


Bancos de Sérgio Rodrigues adornam o redor do jardim suspenso do palácio. 


As três salas de almoço denominam-se Brasília, Bahia e Rio de Janeiro, nomes de cidades que já foram capitais do Brasil. A sala de almoço Brasília acolhe mais de cem cadeiras. À entrada da sala, venerável piano Steinway recepciona as autoridades. Na parede ao fundo, chama atenção uma grande tapeçaria com cinco partes, representação das plantas nativas do planalto - do atelier Norberto Nicola – reproduzida a partir de um cartão de Roberto Burle Marx. Para pequenas reuniões e recepções, é usada a Sala Rio de Janeiro, com mesa para 36 talheres. Nas paredes, gravuras do século 19 com vistas do Rio de Janeiro imperial. Na passagem para a sala seguinte, oratório do século 18 com Santa Bárbara em madeira e telas de Volpi, Di Cavalcante e tapeçaria do jardim suspenso. A terceira sala de jantar é a Sala Bahia, com capacidade para 14 pessoas.



 A beleza é notável pelo teto do século 18 com a inscrição “À Deusa Minerva, Rainha da Sabedoria”, procedente de uma fazenda em Paracatu, Minas Gerais, e recuperado pelo pintor Augusto Rodrigues. O filósofo italiano São Tomás de Aquino traduz o belo em perfeição, harmonia e luminosidade. O Palácio do Itamaraty reúne todas essas impressões na arquitetura, notadas e vivenciadas pelo mundo através das relações internacionais.




Palácio do Itamaraty - Esplanada dos Ministérios
Horário De Visitas
Segunda à sexta: 9h, 10h, 11h, 14h, 15h, 16h e 17h (a última visita inicia-se às 17h). Sábados, domingos e feriados: 9h, 11h, 14h, 15h e 17h (a última visita inicia-se às 17h). Visitas guiadas de hora em hora. Os visitantes devem permanecer com o grupo e com o guia durante todo o tempo. As visitas guiadas são oferecidas em português, francês e inglês. É necessário verificar
a disponibilidade e fazer o agendamento. Não são oferecidas visitas em duas ou mais línguas ao mesmo tempo. De segunda à sexta-feira, não é permitido entrar usando chinelos, shorts, bermuda, camiseta regata e/ou roupas curtas em geral. Por causa de cerimônias oficiais, as visitas podem ser suspensas sem aviso prévio.
Agendamento
+55 (61) 2030 8051 ou por meio do endereço visita@itamaraty.gov.br (apenas durante o horário de visitação, em dias úteis, inclusive para as visitas aos fins de semana).
Itamaraty
O nome Itamaraty vem de sua antiga sede, na ex-capital da república (Rio de Janeiro), um refinado casarão neoclássico originalmente pertencente a Francisco José da Rocha Leão, Conde de Itamarati. Itá, em tupi, significa “pedra”; mará vem do tupi pará, que significa “mar” e “ti” significa “água”.
Curiosidade
O Palácio do Itamaraty foi o primeiro monumento da época contemporânea a ser incluído pela UNESCO no Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1987.