quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Revista Habitat Brasília - Palácio do Itamaraty | Sala de visitas do Brasil

Olá!
Eis aqui, o resultado da parceria com a Revista Habitat Brasília - Edição outono. Matéria publicada sobre o Palácio do Itamaraty - A Sala de Visitas do Brasil. Com muito prazer, compartilho com todos aqui. 
Da série 'Por Brasília, Palácios'.


Título: Obra Prima Diplomática
Construção da liberdade criativa, o Palácio do Itamaraty é a Sala de Visitas do Brasil.

Por Ilana di Brito
Fotografia Edgar César



Revista Habitat Brasília - Outono 2015


Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'


Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'


Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'



 Construído no epicentro do Plano Piloto, o Palácio do Itamaraty seguiu os conceitos da arquitetura contemporânea. Considerado a sala de visitas do País, o palácio encanta e impressiona pela imponência das quatro fachadas, pelo grande símbolo “Meteoro”, os jardins, o amplo Salão de Recepções, a famosa escada helicoidal e as generosas Salas de Coquetel e Almoço - a beleza do cenário é completa. Sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, foi inaugurado em 1970, com traçados de Lúcio Costa, projeto de Oscar Niemeyer e cálculos estruturais de Joaquim Cardoso. Localizado na Esplanada dos Ministérios, o Itamaraty tem seus arcos realçados pelo brilho das luzes, que se reproduzem no espelho d’água, onde as curvas são refletidas harmonicamente. Os arcos arrojados contribuíram para a sua primeira denominação: Palácio dos Arcos.


Na companhia do espelho d’água, o “Meteoro”, do artista Bruno Giorgi, parece flutuar. Esculpido em Carrara - mármore italiano, com peso de oito toneladas - a magnífica escultura contemporânea representa o planeta Terra com os seus cinco continentes, cujas relações pacíficas e justas são a base da diplomacia. O bloco de mármore foi um presente do governo italiano ao Brasil. O jardim externo, no qual flutuam ilhas com variedades de plantas tropicais, do Cerrado e da Amazônia, é obra assinada pelo paisagista reconhecido internacionalmente, Roberto Burle Marx - responsável também pelos jardins internos e o jardim suspenso do terceiro andar. Há cinco anos, a designer de interiores porto-alegrense, Priscilla Inglez Scorsato, mora em Brasília. Para ela, o Palácio do Itamaraty é um dos mais belos palácios da capital federal. “A escada helicoidal que parece flutuar e a treliça de Athos Bulcão impressionam quando entramos no imenso hall sem colunas. No andar superior, a vista da
Esplanada dos Ministérios através dos arcos da fachada encanta ainda mais”, relata a designer.


Monumento contemporâneo
No hall de entrada o qual se chega através da passarela sobre o espelho d’água na fachada oeste, móveis modernos e elegantes criados por Anna Maria Niemeyer para o Itamaraty chamam a atenção pela beleza e requinte. O grande Salão de Recepções é a entrada principal do Palácio. Autoridades importantes do Brasil e do mundo são recepcionadas por um dos maiores vãos internos da América Latina, medindo 2.200 m² sem nenhuma coluna de sustentação, algo impressionante quando se trata de arquitetura. Na parede oeste, o baixo relevo de Athos Bulcão, denominado simplesmente “Parede”, apresenta uma sucessão de trapézios verticais, tão leves quanto as esguias colunas verticais das fachadas, em painel de
mármore que é exemplo primoroso da obra deste “desenhista”, pintor e artista apaixonadamente devotado à criação da arte como integração arquitetônica. 


A paginação do piso do palácio, de autoria deste mesmo autor, possui grandes quadrados compostos por diversas peças de granito que não se repetirão durante todos os ambientes do palácio. O andar térreo é guarnecido com importantes obras de artes, como: “Uni Duni Tê” de Darlan Rosa, “Ferros Retorcidos” de Gilmar Franco, “Folhagem” de Zélia Salgado e a escultura móvel “Ponto de Encontro”, de Mary Vieira, composta de 230 placas de alumínio anodizado, cujo movimento em espiral faz um paralelo com a escada helicoidal. A paginação do piso do palácio, de autoria deste mesmo autor, possui grandes quadrados compostos por diversas peças de granito que não se repetirão durante todos os ambientes do palácio. O andar térreo é guarnecido com importantes obras de artes, como: “Uni Duni Tê” de Darlan Rosa, “Ferros Retorcidos” de Gilmar Franco, “Folhagem” de Zélia Salgado e a escultura móvel “Ponto de Encontro”, de Mary Vieira, composta de 230 placas de alumínio anodizado, cujo movimento em espiral faz um paralelo com a escada helicoidal.


Outro ponto que merece toda a admiração é o jardim aquático, assinado por Burle Marx, iluminado por luz natural com espécies de plantas da Amazônia. A famosa escada helicoidal, que mais parece uma escultura, embeleza o espaço por si só, com características marcantes
– degraus com 3,40 metros de largura, sem corrimão e solta no ar, conduz ao segundo pavimento do palácio. E, uma curiosidade: a famosa escada helicoidal projetada por Milton Ramos e Joaquim Cardoso já recebeu um corrimão projetado especialmente para receber a rainha Elizabeth em visita ao Brasil, em 1968.


Imponência na beleza e nas obras de artes
No segundo pavimento, a recepção fica por conta da escultura “Metamorfose” ou “Transfiguração”, do artista austríaco Franz Weissmann. O generoso saguão é destinado às cerimônias de entrega de condecorações, entre outras. Do lado oposto, a Sala dos Tratados é embelezada pela Treliça, de Athos Bulcão – harmonia perfeita dos elementos da arquitetura. Esta sala é voltada para a fachada do Palácio da Justiça, tendo a justiça como testemunha de todos os atos e acordos internacionais ali assinados sobre a Mesa dos Tratados, feita em jacarandá, estilo Dom João V, onde a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888. Sob a mesa, um belo tapete persa faz parte do cenário. Bustos de bronze, criados por Bruno Giorgi
representam os três patronos da diplomacia brasileira: o Barão do Rio Branco, Duarte da Ponte
Ribeiro e Alexandre de Gusmão, este último conhecido como o avô da diplomacia. 


Ainda na Sala dos Tratados, em uma discreta entrada para a esquerda, apreciamos o afresco “O Sonho de Dom Bosco”, de Alfredo Volpi. Outra escada conduz o visitante ao terceiro pavimento do palácio. Nele, é Possível apreciar belíssimas obras de arte, móveis, tapetes persas, o jardim suspenso e as Salas de Coquetel e de Almoço. A primeira é a Sala de Coquetel Pedro I, assim denominada devido à imensa tela de Debret, “Coroação de Pedro I”.


O ponto focal da sala é o glamouroso lustre de Pedro Corrêa de Araújo, “Revoada de Pássaros”, esculpido em ferro, prata e bronze, com cristais de rocha lapidados em forma de disco, da região de Cristalina, Goiás. O conjunto pesa 1.500 quilos e possui uma única lâmpada. Isto porque o objetivo não é a iluminação do ambiente e, sim, dele mesmo. 


Sob o lustre, um dos maiores tapetes persas do mundo, medindo 70 m² - presente da rainha Elizabeth ao Brasil. Móveis, adornos em prata, esculturas de João Alves Pedrosa, Luisa Miller e tronos em jacarandá guarnecem a Sala de Coquetel Pedro I. 


À entrada da maior Sala de Coquetel – a Cândido Portinari, o visitante é saudado por dois anjos barrocos suspensos. 


Os quadros que deram nome à Sala são “Gaúchos” e “Jangadeiros”, que representam o Sul e o Nordeste do Brasil, respectivamente. 


Na parede oposta, uma mesa goiana, com pés em pata de animal serve de suporte visual para as duas telas de Arcângelo Ianelli e a “Tela Imaginária” de Manabu Mabe, pintada especialmente para o palácio. A Sala Portinari é a união entre o antigo e o moderno que caracteriza toda a decoração deste espaço. Outras peças, como a arcaz de sacristia em jacarandá, tapetes persas e adornos em prata também compõem a beleza do cenário.

A sala seguinte denominada “Duas Épocas” recebeu este nome devido ao contraste dos móveis em estilo antigo e pinturas modernas. A escultura “A Mulher e sua Sombra” - um surrealismo de Maria Martins, telas de Milton Dacosta e Tomie Ohtake também enriquecem o ambiente. 


A namoradeira de três lugares em estilo vitoriano e as escrivaninhas em jacarandá que pertenceram à princesa Isabel e ao Barão de Rio Branco são algumas peças que adornam o espaço. Com portas de vidro pivotantes, as Salas de Coquetel integram-se ao belo jardim suspenso de Burle Marx que adorna todo o terceiro andar do palácio e, para somar beleza ao jardim, obras; “Três Jovens”, de Lasar Segall e “Canto da Noite”, de Maria Martins. Para Beatriz Valois, professora de História de Pernambuco, visitar Brasília pela primeira vez é uma experiência única. “Estar aqui, em um palácio com força diplomática, onde importantes atos e tratados são assinados, é muito gratificante. O palácio é belo e harmonioso”, afirma a professora.


Recepções supremas
A beleza e a arte se prolongam por todo o palácio. No salão, ao redor do jardim suspenso, admiramos mais esculturas, como “As Gêmeas” de Alfredo Ceschiatti.


Escultura “Nu Deitado” feita em gesso de Victor Brecheret – doação da família do artista ao Itamaraty.


Bancos de Sérgio Rodrigues adornam o redor do jardim suspenso do palácio. 


As três salas de almoço denominam-se Brasília, Bahia e Rio de Janeiro, nomes de cidades que já foram capitais do Brasil. A sala de almoço Brasília acolhe mais de cem cadeiras. À entrada da sala, venerável piano Steinway recepciona as autoridades. Na parede ao fundo, chama atenção uma grande tapeçaria com cinco partes, representação das plantas nativas do planalto - do atelier Norberto Nicola – reproduzida a partir de um cartão de Roberto Burle Marx. Para pequenas reuniões e recepções, é usada a Sala Rio de Janeiro, com mesa para 36 talheres. Nas paredes, gravuras do século 19 com vistas do Rio de Janeiro imperial. Na passagem para a sala seguinte, oratório do século 18 com Santa Bárbara em madeira e telas de Volpi, Di Cavalcante e tapeçaria do jardim suspenso. A terceira sala de jantar é a Sala Bahia, com capacidade para 14 pessoas.



 A beleza é notável pelo teto do século 18 com a inscrição “À Deusa Minerva, Rainha da Sabedoria”, procedente de uma fazenda em Paracatu, Minas Gerais, e recuperado pelo pintor Augusto Rodrigues. O filósofo italiano São Tomás de Aquino traduz o belo em perfeição, harmonia e luminosidade. O Palácio do Itamaraty reúne todas essas impressões na arquitetura, notadas e vivenciadas pelo mundo através das relações internacionais.




Palácio do Itamaraty - Esplanada dos Ministérios
Horário De Visitas
Segunda à sexta: 9h, 10h, 11h, 14h, 15h, 16h e 17h (a última visita inicia-se às 17h). Sábados, domingos e feriados: 9h, 11h, 14h, 15h e 17h (a última visita inicia-se às 17h). Visitas guiadas de hora em hora. Os visitantes devem permanecer com o grupo e com o guia durante todo o tempo. As visitas guiadas são oferecidas em português, francês e inglês. É necessário verificar
a disponibilidade e fazer o agendamento. Não são oferecidas visitas em duas ou mais línguas ao mesmo tempo. De segunda à sexta-feira, não é permitido entrar usando chinelos, shorts, bermuda, camiseta regata e/ou roupas curtas em geral. Por causa de cerimônias oficiais, as visitas podem ser suspensas sem aviso prévio.
Agendamento
+55 (61) 2030 8051 ou por meio do endereço visita@itamaraty.gov.br (apenas durante o horário de visitação, em dias úteis, inclusive para as visitas aos fins de semana).
Itamaraty
O nome Itamaraty vem de sua antiga sede, na ex-capital da república (Rio de Janeiro), um refinado casarão neoclássico originalmente pertencente a Francisco José da Rocha Leão, Conde de Itamarati. Itá, em tupi, significa “pedra”; mará vem do tupi pará, que significa “mar” e “ti” significa “água”.
Curiosidade
O Palácio do Itamaraty foi o primeiro monumento da época contemporânea a ser incluído pela UNESCO no Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1987.



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