Olá!
Eis aqui, o resultado da parceria com a Revista Habitat Brasília - Edição outono. Matéria publicada sobre o Palácio do Itamaraty - A Sala de Visitas do Brasil. Com muito prazer, compartilho com todos aqui.
Da série 'Por Brasília, Palácios'.
Da série 'Por Brasília, Palácios'.
Título: Obra Prima Diplomática
Construção da liberdade criativa, o Palácio do Itamaraty é a Sala de Visitas do Brasil.
Por Ilana di Brito
Fotografia Edgar César
Fotografia Edgar César
Revista Habitat Brasília - Outono 2015
Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'
Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'
Matéria sobre o Palácio do Itamaraty - da série 'Por Brasília, Palácios'
Construído no epicentro do Plano Piloto, o
Palácio do Itamaraty seguiu os conceitos da arquitetura contemporânea.
Considerado a sala de visitas do País, o palácio encanta e impressiona pela
imponência das quatro fachadas, pelo grande símbolo “Meteoro”, os jardins, o
amplo Salão de Recepções, a famosa escada helicoidal e as generosas Salas de Coquetel
e Almoço - a beleza do cenário é completa. Sede do Ministério das Relações
Exteriores do Brasil, foi inaugurado em 1970, com traçados de Lúcio Costa,
projeto de Oscar Niemeyer e cálculos estruturais de Joaquim Cardoso. Localizado
na Esplanada dos Ministérios, o Itamaraty tem seus arcos realçados pelo brilho
das luzes, que se reproduzem no espelho d’água, onde as curvas são refletidas harmonicamente.
Os arcos arrojados contribuíram para a sua primeira denominação: Palácio dos
Arcos.
Na companhia do espelho d’água, o “Meteoro”, do artista Bruno
Giorgi, parece flutuar. Esculpido em Carrara - mármore italiano, com peso de
oito toneladas - a magnífica escultura contemporânea representa o planeta Terra com os seus cinco
continentes, cujas relações pacíficas e justas são a base da diplomacia. O
bloco de mármore foi um presente do governo italiano ao Brasil. O jardim externo,
no qual flutuam ilhas com variedades de plantas tropicais, do Cerrado e da
Amazônia, é obra assinada pelo paisagista reconhecido internacionalmente,
Roberto Burle Marx - responsável também pelos jardins internos e o jardim
suspenso do terceiro andar. Há cinco anos, a designer de interiores porto-alegrense,
Priscilla Inglez Scorsato, mora em Brasília. Para ela, o Palácio do Itamaraty é
um dos mais belos palácios da capital federal. “A escada helicoidal que parece
flutuar e a treliça de Athos Bulcão impressionam quando entramos no imenso hall
sem colunas. No andar superior, a vista da
Esplanada dos Ministérios através dos arcos da fachada
encanta ainda mais”, relata a designer.
Monumento contemporâneo
No hall de entrada o qual se chega através da passarela sobre
o espelho d’água na fachada oeste, móveis modernos e elegantes criados por Anna
Maria Niemeyer para o Itamaraty chamam a atenção pela beleza e requinte. O
grande Salão de Recepções é a entrada principal do Palácio. Autoridades
importantes do Brasil e do mundo são recepcionadas por um dos maiores vãos
internos da América Latina, medindo 2.200 m² sem nenhuma coluna de sustentação,
algo impressionante quando se trata de arquitetura. Na parede oeste, o baixo
relevo de Athos Bulcão, denominado simplesmente “Parede”, apresenta uma sucessão
de trapézios verticais, tão leves quanto as esguias colunas verticais das
fachadas, em painel de
mármore que é exemplo primoroso da obra deste “desenhista”,
pintor e artista apaixonadamente devotado à criação da arte como integração arquitetônica.
A paginação do piso do palácio, de autoria deste mesmo autor, possui grandes quadrados compostos por diversas peças de granito que não se repetirão durante todos os ambientes do palácio. O andar térreo é guarnecido com importantes obras de artes, como: “Uni Duni Tê” de Darlan Rosa, “Ferros Retorcidos” de Gilmar Franco, “Folhagem” de Zélia Salgado e a escultura móvel “Ponto de Encontro”, de Mary Vieira, composta de 230 placas de alumínio anodizado, cujo movimento em espiral faz um paralelo com a escada helicoidal. A paginação do piso do palácio, de autoria deste mesmo autor, possui grandes quadrados compostos por diversas peças de granito que não se repetirão durante todos os ambientes do palácio. O andar térreo é guarnecido com importantes obras de artes, como: “Uni Duni Tê” de Darlan Rosa, “Ferros Retorcidos” de Gilmar Franco, “Folhagem” de Zélia Salgado e a escultura móvel “Ponto de Encontro”, de Mary Vieira, composta de 230 placas de alumínio anodizado, cujo movimento em espiral faz um paralelo com a escada helicoidal.
Outro ponto que merece toda a admiração é o jardim aquático,
assinado por Burle Marx, iluminado por luz natural com espécies de plantas da
Amazônia. A famosa escada helicoidal, que mais parece uma escultura, embeleza o
espaço por si só, com características marcantes
– degraus com 3,40 metros de largura, sem corrimão e solta no
ar, conduz ao segundo pavimento do palácio. E, uma curiosidade: a famosa escada
helicoidal projetada por Milton Ramos e Joaquim Cardoso já recebeu um corrimão
projetado especialmente para receber a rainha Elizabeth em visita ao Brasil, em
1968.
Imponência na beleza e nas obras de artes
No segundo pavimento, a recepção fica por conta da escultura “Metamorfose”
ou “Transfiguração”, do artista austríaco Franz Weissmann. O generoso saguão é
destinado às cerimônias de entrega de condecorações, entre outras. Do lado
oposto, a Sala dos Tratados é embelezada pela Treliça, de Athos Bulcão –
harmonia perfeita dos elementos da arquitetura. Esta sala é voltada para a
fachada do Palácio da Justiça, tendo a justiça como testemunha de todos os atos
e acordos internacionais ali assinados sobre a Mesa dos Tratados, feita em jacarandá,
estilo Dom João V, onde a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888. Sob a
mesa, um belo tapete persa faz parte do cenário. Bustos de bronze, criados por
Bruno Giorgi
representam os três patronos da diplomacia
brasileira: o Barão do Rio Branco, Duarte
da Ponte
Ribeiro e Alexandre de Gusmão, este último conhecido como o avô da
diplomacia.
Ainda na Sala dos Tratados, em uma discreta
entrada para a esquerda, apreciamos o afresco “O Sonho de Dom Bosco”, de
Alfredo Volpi. Outra escada conduz o visitante ao terceiro pavimento do
palácio. Nele, é Possível apreciar belíssimas obras de arte, móveis, tapetes
persas, o jardim suspenso e as Salas de Coquetel e de Almoço. A primeira é a
Sala de Coquetel Pedro I, assim denominada devido à imensa tela de Debret, “Coroação
de Pedro I”.
O ponto focal da sala é o glamouroso lustre de Pedro Corrêa de Araújo, “Revoada
de Pássaros”, esculpido em ferro, prata e bronze, com cristais de rocha lapidados
em forma de disco, da região de Cristalina, Goiás. O conjunto pesa 1.500 quilos
e possui uma única lâmpada. Isto porque o objetivo não é a iluminação do
ambiente e, sim, dele mesmo.
Sob o lustre, um dos maiores tapetes persas do mundo, medindo 70 m² -
presente da rainha Elizabeth ao Brasil. Móveis, adornos em prata, esculturas de
João Alves Pedrosa, Luisa Miller e tronos em jacarandá guarnecem a Sala de
Coquetel Pedro I.
À entrada da maior Sala de Coquetel – a Cândido Portinari, o
visitante é saudado por dois anjos barrocos suspensos.
Os quadros que deram
nome à Sala são “Gaúchos” e “Jangadeiros”, que representam o Sul e o Nordeste do
Brasil, respectivamente.
Na parede oposta, uma mesa goiana, com pés em pata de
animal serve de suporte visual para as duas telas de Arcângelo Ianelli e a “Tela
Imaginária” de Manabu Mabe, pintada especialmente para o palácio. A Sala Portinari é a união entre o antigo e o moderno que caracteriza toda
a decoração deste espaço. Outras peças, como a arcaz de sacristia em jacarandá,
tapetes persas e adornos em prata também compõem a beleza do cenário.
A sala seguinte denominada “Duas Épocas” recebeu este nome devido ao
contraste dos móveis em estilo antigo e pinturas modernas. A escultura “A
Mulher e sua Sombra” - um surrealismo de Maria Martins, telas de Milton Dacosta
e Tomie Ohtake também enriquecem o ambiente.
A namoradeira de três lugares em estilo vitoriano e as
escrivaninhas em jacarandá que pertenceram à princesa Isabel e ao Barão de Rio Branco
são algumas peças que adornam o espaço. Com portas de vidro pivotantes, as
Salas de Coquetel integram-se ao belo jardim suspenso de Burle Marx que adorna
todo o terceiro andar do palácio e, para somar beleza ao jardim, obras; “Três
Jovens”, de Lasar Segall e “Canto da Noite”, de Maria Martins. Para Beatriz Valois, professora de História de Pernambuco,
visitar Brasília pela primeira vez é uma experiência única. “Estar aqui, em um
palácio com força diplomática, onde importantes atos e tratados são assinados, é
muito gratificante. O palácio é belo e harmonioso”, afirma a professora.
Recepções supremas
A beleza e a arte se prolongam por todo o palácio. No salão, ao redor do
jardim suspenso, admiramos mais esculturas, como “As Gêmeas” de Alfredo
Ceschiatti.
Escultura “Nu Deitado” feita em gesso de Victor Brecheret – doação da família do
artista ao Itamaraty.
Bancos de Sérgio Rodrigues adornam o redor do jardim suspenso do palácio.
As três salas de almoço
denominam-se Brasília, Bahia e Rio de Janeiro, nomes de cidades que já foram
capitais do Brasil. A sala de almoço Brasília acolhe mais de cem cadeiras. À entrada da
sala, venerável piano Steinway recepciona as autoridades. Na parede ao fundo,
chama atenção uma grande tapeçaria com cinco partes, representação das plantas nativas
do planalto - do atelier Norberto Nicola – reproduzida a partir de um cartão de
Roberto Burle Marx. Para pequenas reuniões e recepções, é usada a Sala Rio de
Janeiro, com mesa para 36 talheres. Nas paredes, gravuras do século 19 com
vistas do Rio de Janeiro imperial. Na passagem para a sala seguinte, oratório
do século 18 com Santa Bárbara em madeira e telas de Volpi, Di Cavalcante e
tapeçaria do jardim suspenso. A terceira sala de jantar é a Sala Bahia, com
capacidade para 14 pessoas.
A beleza é notável pelo teto do século 18 com a inscrição “À
Deusa Minerva, Rainha da Sabedoria”, procedente de uma fazenda em Paracatu,
Minas Gerais, e recuperado pelo pintor Augusto Rodrigues. O filósofo italiano São
Tomás de Aquino traduz o belo em perfeição, harmonia e luminosidade. O Palácio do
Itamaraty reúne todas essas impressões na arquitetura, notadas e vivenciadas
pelo mundo através das relações internacionais.
Palácio do Itamaraty - Esplanada dos Ministérios
Horário De Visitas
Segunda à sexta: 9h, 10h, 11h, 14h, 15h, 16h e 17h (a última
visita inicia-se às 17h). Sábados, domingos e feriados: 9h, 11h, 14h, 15h e 17h
(a última visita inicia-se às 17h). Visitas guiadas de hora em hora. Os
visitantes devem permanecer com o grupo e com o guia durante todo o tempo. As
visitas guiadas são oferecidas em português, francês e inglês. É necessário
verificar
a disponibilidade e fazer o agendamento. Não são oferecidas
visitas em duas ou mais línguas ao mesmo tempo. De segunda à sexta-feira, não é
permitido entrar usando chinelos, shorts, bermuda, camiseta regata e/ou roupas
curtas em geral. Por causa de cerimônias oficiais, as visitas podem ser
suspensas sem aviso prévio.
Agendamento
+55 (61) 2030 8051 ou por meio do endereço
visita@itamaraty.gov.br (apenas durante o horário de visitação, em dias úteis,
inclusive para as visitas aos fins de semana).
Itamaraty
O nome Itamaraty vem de sua antiga sede, na ex-capital da
república (Rio de Janeiro), um refinado casarão neoclássico originalmente
pertencente a Francisco José da Rocha Leão, Conde de Itamarati. Itá, em tupi, significa
“pedra”; mará vem do tupi pará, que significa “mar” e “ti” significa “água”.
Curiosidade
O Palácio do Itamaraty foi o primeiro monumento da época
contemporânea a ser incluído pela UNESCO no Patrimônio Cultural da Humanidade,
em 1987.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Me conta a sua opinião!