Revista Habitat Brasília - Palácio do Jaburu | Tradução perfeita da alma brasileira

Olá!

Hoje, estou feliz, muito feliz!
Eis aqui, o resultado da parceria com a Revista Habitat Brasília - Edição outubro. Minha matéria publicada sobre o Palácio do Jaburu - Residência Oficial da Vice-Presidência da República. Em primeira mão, compartilho com todos aqui.



Capa da Revista Habitat Brasília



Páginas 56 e 57

Páginas 58 e 59



Título: Harmonia Modernista

Com traçado arquitetônico singular, o Palácio do Jaburu é uma tradução perfeita da alma brasileira. 

Por Ilana di Brito
Fotos: Anderson Riedel - Aluisio Assis - Ichiro Guerra/PR

O Palácio do Jaburu possui uma característica peculiar, seu núcleo central é destinado à moradia, mas algumas reuniões de trabalho e recepções também acontecem ali, ladeadas pelo Lago Paranoá. Seus mais de 4.000 metros quadrados contam com uma área externa generosa - com varandas, jardins e a lagoa do jaburu, a dimensão interna privilegia o aconchego das residências convencionais. O requinte do espaço é notado nos mobiliários, nas obras de arte, nos painéis, nos adornos e na vegetação local - assinados por grandes personalidades do design, da pintura, da arte, do paisagismo e da arquitetura. Foi projetado em 1973, por Oscar Niemeyer, para ser a residência oficial da Vice-Presidência da República, mas o Palácio só foi ocupado em 1977.



Entrada principal do Palácio do Jaburu



As linhas retas da fachada juntamente com os grandes pilares trapezoidais se completam com o imenso verde da vegetação ao redor, onde a tranquilidade e muita beleza se sobressaem no cenário. Ao lado da entrada do Palácio fica a capela, o ambiente possui piso em mármore branco e a iluminação natural atravessa o painel de vitrais de autoria de Marianne Peretti. Os bancos genuflexórios e o altar são assinados por Anna Maria Niemeyer. O destaque na capela é a imagem de Nossa Senhora Aparecida, entalhada em um único bloco de madeira pelo artista Valcides Mairinque de Minas Gerais.



Capela - o sagrado em estilo moderno



Há três anos, a arquiteta e urbanista paulista, Janaina Giannecchini, veio morar em Brasília, para ela, que já conhece algumas obras de Niemeyer, a sede da vice-presidência da república é surpreendente e permite deixar a sociedade mais perto de uma bela obra da arquitetura, erguida no meio do planalto central “o Palácio do Jaburu garante uma linda integração entre os ambientes interno e externo. Abrir as portas desse palácio ao público nos permite conhecer e admirar um pouco mais as obras de grandes homens como Niemeyer e Lúcio Costa”.



Salas de Estar - requinte e sofisticação

Modernidade e sofisticação

No hall de entrada do Palácio, o quadro de Rubem Valentim, a mesa brasileira do século XIX e as cadeiras em estilo Dom José do século XVIII, em jacarandá, recepcionam os visitantes. Logo à frente, na Sala de Espera, uma poltrona marquesa de autoria de Oscar Niemeyer embeleza o espaço. Ao lado, está o escritório, com piso e revestimento em madeira, proporcionando conforto e bem estar, além do quadro “Cidade”, de Antônio Bandeira, e uma mesa brasileira do século XIX. O local de trabalho é usado pelo ocupante do cargo da vice-presidência para pequenas reuniões sob o testemunho de croquis e as explicações do arquiteto Niemeyer sobre o projeto do palácio.



O hall de entrada é um convite ao conforto e ao bem-estar

Um grande painel em vidro transparente de Marianne Peretti divide dois ambientes – Sala de Estar e Sala de Espera. Ele deixa os espaços mais requintado e convida o visitante a apreciar a natureza que fica na grande varanda coberta do Palácio. A Sala de Estar é guarnecida com uma parede revestida com espelho, adornos de prata e mesa de centro, do designer Mies van der Rohe.



Requinte, beleza e sofisticação na Sala de Estar

Um grande painel curvilíneo separa a Sala de Estar da Sala de Almoço, este espaço abriga as cadeiras Tião, de Sergio Rodrigues, além de um baldaquim coroado por uma imagem sacra mineiros, dos séculos XVIII e XIX respectivamente.

Cadeiras Tião, de Sergio Rodrigues





Na parede oposta, uma inconfundível obra de arte em mármore de Athos Bulcão avança para a varanda coberta. A Suíte do Casal, outros quartos e a cozinha localizam-se no térreo da residência com os demais ambientes. No subsolo, estão, Sala de TV, cinema particular e a garagem.

Painel em mármore, de Athos Bulcão



Sala de Televisão

O curador Rogério Carvalho que atua nos Palácios do Planalto e da Alvorada ressalta que o Jaburu tem suas peculiaridades “o palácio é uma joia! Em princípio é um projeto que prima pela segurança e intimidade. A construção lembra mais uma residência do que um palácio propriamente dito”.



Arte e beleza nos quatro cantos da varanda coberta

Mais beleza e arte

A beleza do palácio se prolonga por toda a área externa. Um grande painel em mármore e a paginação recurvada do piso em preto e branco, de autoria de Athos Bulcão, conduzem o visitante para a área externa. O ambiente é decorado com a escultura “Leda e o Cisne” do artista brasileiro Alfredo Ceschiatti e por pequenos jardins.



Jogo de poltronas embelezam a varanda coberta



O espaço acolhe jogos de poltronas, sofás e mesa de reuniões, assinados por designers como George Nelson, Hannah e Morrison, usados pelo vice-presidente para recepcionar convidados. É possível perceber a arte também no teto da varanda coberta, raios de sol entram através de um vão do teto formando um belo desenho no chão com a luz do dia.  

Arte no piso e no teto do Palácio do Jaburu



Do lado de fora da residência, ao ar livre, uma linda piscina revestida com azulejos azuis completa a beleza do cenário, ao redor a bela vista da vegetação, da lagoa do jaburu e do lago Paranoá convida à contemplação da natureza e ao deleite. Para Anna Eliza Barata, estudante de Porto Alegre-RS, visitou Brasília pela primeira vez, e a chance de conhecer de perto a residência oficial da vice-presidência do país foi uma ótima oportunidade, ela destaca o que achou da experiência, “Acho que é uma arquitetura bem brasiliense, bem modernista. O tamanho me surpreendeu, eu achava que era maior”.

Na área de lazer, a piscina é ladeada por jardins e pela Lagoa do Jaburu

Fauna e flora diversificadas

Concebido e projetado por Roberto Burle Marx, paisagista reconhecido internacionalmente, o jardim do Palácio do Jaburu possui uma vegetação mista, com plantas trazidas de todos os lugares do Brasil e árvores nativas do cerrado brasileiro.

 



Paisagismo com vegetação mista

Por entre paineiras, ipês e palmeiras, pássaros como - cardeal do nordeste, coleiro baiano, siriri e outros, circulam livremente no viveiro natural, as emas, aves pernaltas do cerrado brasileiro, são uma atração à parte.

 

Ema, ave pernalta do cerrado - uma atração à parte

A natureza está presente por todos os lados, na Lagoa do Jaburu, que deu nome ao palácio, convivem peixes, jacarés, aves, plantas e palmeiras compondo assim, um ecossistema equilibrado, nos 190 mil metros quadrados independente do Lago Paranoá.

Uma grande varanda coberta oferece requinte ao palácio

E toda a sofisticação, requinte e modernidade desta residência é uma obra de arte. Aristóteles, filósofo grego, acredita que toda a beleza de uma obra de arte é atribuída por critérios tais como proposição, simetria e ordenação, tudo em sua justa medida. Eis assim, o Palácio do Jaburu.